terça-feira, setembro 14

HOMENS NO FADO

Ciclo de Palestras
Fonoteca Municipal
Edifício Monumental - Pç. Duque de Saldanha


Ao longo da primeira metade do século XX vários homens foram cultores do género fadista em diferentes formas, desde o tradicional ao fado canção. Tristão da Silva, Carlos Ramos, Manuel Fernandes e António Mourão foram primeira figura de cartazes, encheram plateias, e desta forma marcaram a história fadista.
Alguns terão ido além fronteiras, outros tentaram também a composição. A cada um está pelo menos ligado um êxito da história da música portuguesa. Dar a conhecer as suas carreiras, descobrir factos novos ou pistas e abordagem, são as propostas deste ciclo coordenado por Nuno Lopes. As palestras acontecem todas as quintas-feiras de Outubro sempre a partir das 18:00.
A APAF volta a colaborar com a Fonoteca onde o ano passado se realizou “Catálogo Alvorada - Coisas de um coca-bichinhos” com José Manuel Osório e “Amália a cantar há 70 anos”.


7 Outubro
Tristão da Silva - Ana Maria Mendes

Tristão da Silva, conhecido como o "miúdo do Alto do Pina", tornou-se líder de elencos de verbenas e casas de fado, tendo cultivado também a canção romântica. Cantou no Brasil. Entre muitos êxitos destaca-se "Aquela janela virada para o mar".

Ana Maria Mendes é membro da direcção da APAF, documentalista, foi também locutora e bibliotecária. Apresentou já duas palestras no Museu do Fado relativas ao poeta Francisco Radamanto e ao fadista Manuel de Almeida.


14 Outubro
Carlos Ramos - Eduardo Ramos de Morais

Carlos Ramos, guitarrista, começou por se evidenciar como intérprete de excepção. Figura assídua na televisão e com uma legião de fãs, fundou no Bairro Alto a casa de fados A Toca. Entre os vários êxitos refira-se "Não venhas tarde".

Eduardo Ramos de Morais, neto do músico, tem-se dedicado a compilar e reunir dados e factos sobre a carreira artística do avô.


21 Outubro
Manuel Fernandes - Julieta Estrela de Castro

Manuel Fernandes cantou em vários retiros fadistas e voz frequente na rádio, nomeadamente do programa "Os Companheiros da Alegria", assinou o seu primeiro contrato internacional em 1951. Foi também compositor. Em 1962 completou 25 anos de carreira com uma grande festa no Pavilhão dos Desportos. "A Vassourinha" é o seu principal sucesso.

Julieta Estrela de Castro, fadista, presidente da APAF, tem-se dedicado ao estudo da história do fado, integrando o conselho consultivo do Museu do Fado. Apresentou já várias palestras relativas a Fernando Farinha, João da Mata, sobre a métrica fadista e os fados tradicionais, etc.


28 Outubro
António Mourão - Maria de Lourdes de Carvalho

António Mourão foi um dos mais populares fadistas da década de 1960. Cabeça de cartaz do teatro de revista, tendo actuado várias vezes além fronteiras. Na década de 1970 abandonou a cena artística, encontrando-se actualmente na Casa do Artista. "Ó tempo volta para trás" foi o seu principal sucesso.

Maria de Lourdes Carvalho, jornalista, locutora, produtora discográfica e poetisa com obra publicada, é cantada por várias vozes do fado, nomeadamente Fernanda Maria. É autora da primeira fotobiografia de Madalena Iglésias. Tem participado em diversos eventos na área da música portuguesa, integra actualmente os quadros directivos da Casa do Artista e membro do Conselho Geral da Fundação Amália Rodrigues.


Coordenação de Nuno Lopes

Co-produção: Associação Portuguesa dos Amigos do Fado e Fonoteca Municipal

Pensar Amália

Livro de Vieira Nery sobre Amália
“Amália Rodrigues que fez uma síntese musical única”, afirmou o nosso associado Rui Vieira Nery, autor do livro “Pensar Amália”, editado em Julho pela Tugaland, em simultâneo com “Amália dos poetas populares aos poetas cultivados”, de Vasco Graça Moura.
Rui Vieira Nery afirmou que procurou “contextualizar” Amália, já que a intérprete “não surge como um extraterrestre”.
“Amália aprendeu com os fadistas que a precederam e sempre o reconheceu, aprendeu com as grandes cantoras espanholas como Império Argentina e Concha Piquer, e outros, e antes de todos com a sua mãe que lhe cantava melodias da Beira Baixa como ela sempre referiu”, disse o musicólogo.
Para Nery, na história do fado “há um antes e um depois de Amália”. “Amália continuou a tradição do fado, e também a das marchas populares, assim como de canções populares internacionais como a copla espanhola, as rancheras mexicanas, ou a canção romântica francesa”. “Construiu ela própria uma síntese muito própria e única”, rematou.