terça-feira, agosto 20
Resposta do Srº Jose Silva Carvalho
Ex.mos Senhores
D. Julieta e Luís de Castro
APAF
Como autor da pequena brochura "A Severa e a Madragoa", executada quando do descerramento da placa evocativa do nascimento de Maria Severa no passado dia 26 de Julho, fui contactado pelo Sr. Luís Monteiro, Presidente da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, que me re-enviou o "e-mail" da Sra. D. Julieta e do Sr. Luís de Castro, em nome da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.
Tenho conhecimento há bastante tempo das certidões de casamento dos pais e de nascimento e óbito de Maria Severa, aliás tornadas públicas por vários olisipógrafos, alguns dos quais nomeados na pequena brochura que citei.
Importa no entanto diferençar o baptismo da mítica fadista no mês de Setembro de 1820 e o local do seu nascimento em Julho do mesmo ano, já que não há quaisquer dúvidas quanto ao local do seu falecimento assim como da sua última morada.
A investigação que fiz não desdiz qualquer documentação oficial conhecida e baseia-se em testemunhos escritos e orais, alguns do tempo da Severa, e na transmissão oral de gerações. Julgo importante alguma prudência nesta temática e, sobretudo, o afastamento de qualquer bairrismo do tipo Mouraria versus Madragoa, pois a emoção certamente que toldará a razão.
Sendo embora fortíssima a probabilidade de Maria Severa ter nascido na antiga Rua da Madragoa (actual Vicente Borga), foi mesmo assim prudente o teor do texto da placa/lápide, como certamente terão reparado.
Não julgo positivo para a história de Lisboa e para a história do fado, a difusão de verdades "falsas" ou no mínimo especulativas.
Esta minha resposta tem igualmente como motivo o respeito que tenho pela APAF, a quem aliás em finais dos anos 90 ofereci com gosto o livro que então escrevi: "Madragoa - sons e arquitecturas". Esse respeito manteve-se, tendo eu nesta pequena brochura sobre a Severa citado até um documento elaborado pela Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.
Embora julgue que já tenham lido "A Severa e a Madragoa", se por qualquer motivo não o fizeram, tenho o maior prazer em enviar um exemplar.
Com os melhores cumprimentos e disponível para quaisquer "trocas de impressões",
José Silva Carvalho
SEVERA
A semana passada fomos surpreendidos com a noticia que na Madragoa ia ser descerrada uma lápide na casa onde nasceu Maria Severa, ficamos surpreendidos e no principio de Agosto dia 2 ou 3 tivemos o cuidado de ligar para a Freguesia de Santos o Velho informando que havia um erro, porque Maria Severa viveu sim na Madrgoa mas não nasceu lá.
O nosso telefonema não foi anónimo identificamo-nos deixamos o nosso contacto e informamos que tínhamos no arquivo da Associação:
Certidão de casamento dos pais, na Villa de Santarém 27-04-1815.
Certidão de nascimento de Maria Severa nas Barracas do Monte onde nasceu em
12-09-1820 e foi baptizada na Igreja dos Anjos,
Certidão de óbito de Maria Severa 30-11-1846 moradora na Rua do Capelão e foi a sepultar no cemitério do Alto de S. João
É de lamentar que numa altura em que tanta gente fala de fado, conta historias do fado,
Palestras e Sessões por todo o lado não tenha havido um especialista do Fado Património Imaterial da Humanidade que por um acaso não tenha informado a organização do evento da verdade dos factos.
É pena que tenham esquecido ou sabido que a nossa Associação lembrou e levou a cabo de Outubro de 1996 ate Novembro de 1997 muitos eventos lembrando os 150 anos da sua morte, começamos no Pátio Alfacinha, Severa ou a Mitologia do Fado, depois seguiram-se palestras, a exibição na Videoteca do filme de Leitão de Barros a Severa seguindo-se uma mesa redonda.
No Padrão dos Descobrimentos fizemos um espectáculo só com vozes femininas as Novas Severas.
Este ciclo terminou com um grande espectáculo com perto de 30 artistas no Teatro Taborda
Pensamos que temos o direito de repor a verdade.
Esquecíamos de informar que ate hoje ninguém nos contactou.
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